A cidade de Jerusalém tem uma história que data do 4º milênio a.C., tornando-a uma das mais antigas do mundo. Jerusalém é a cidade santa no Judaísmo e o centro espiritual dos judeus desde o século 10 a.C. contém um número de significativos lugares antigos cristãos, e é considerada a terceira cidade santa no Islão.
Surgimento
Cerâmicas indicam a ocupação de Ophel, dentro da atual Jerusalém, desde a Idade do Cobre, ao redor do Quarto milênio a.C., com evidências de assentamentos permanentes durante o começo da Idade do Bronze, 3000-2800 a.C. Os Textos de Execração (c. do século 19 AC), que se referem a uma cidade chamada Roshlamem ou Rosh-ramen e as Cartas de Amarna (c. século XIV a.C.) podem ser os primeiros a falar da cidade. Alguns arqueólogos, incluindo Kathleen Kenyon, acreditam que Jerusalém como cidade foi fundada pelos povos Semitas ocidentais com assentamentos organizados em cerca de 2600 a.C.. Segundo a tradição judaica, a cidade foi fundada por Shem e Eber, antepassados de Abraão. Nos contos bíblicos, Jerusalém era uma cidade Jebusita até o século X a.C., quando Davi conquistou-a e fez dela a capital do Reino Unido de Israel e Judá (c. 1000s a.C.). recentes escavações de uma grande estrutura de pedra são interpretadas por alguns arqueólogos como crédito à narrativa bíblica.
Períodos Templários

A Torre de Davi como pode ser visto a partir de Vale Hinnom.
Quando a Assíria conquistou o Reino de Israel, em 722 a.C., Jerusalém foi fortalecida por um grande afluxo de refugiados provenientes do norte do reino. O Primeiro Período Templario acabou em cerca de 586 a.C., quando os Babilônios conquistaram Judá e Jerusalém, e devastaram o Templo de Salomão. Em 538 a.C., após cinquenta anos do exílio na Babilônia, o rei persa Círio o Grande convidou os judeus a regressarem à Judá e Jerusalém e reconstruirem o Templo. A construção do Segundo Templo de Salomão foi concluído em 516 a.C., durante o reinado de Dario o Grande, setenta anos depois da destruição do Primeiro Templo. Jerusalém retomou o seu papel de capital de Judá e centro de culto judaico. Quando o comandante grego Alexandre o Grande conquistou o império persa, Jerusalém e Judéia caíram sob controle grego, e em seguida sob a dinastia ptolomaica sob Ptolomeu I. Em 198 a.C., Ptolomeu V perdeu Jerusalém e a Judéia para o Selêucidas sob Antíoco III. A tentativa Selêucida de retomar Jerusalém do dominio grego teve sucesso em 168 a.C. com a bem sucedida revolta macabéia de Matatias, o Sumo Sacerdote e os seus cinco filhos contra Antíoco Epifanes, e a criação do Reino Hasmoneus em 152 a.C., novamente com Jerusalém como capital.Guerras Romano-Judaicas
Cerco romano e a destruição de Jerusalém (David Roberts, 1850)

Guerras Romano-persas
No período de algumas décadas, Jerusalém trocou de mãos entre persas e romanos, até voltar à mão dos romanos mais uma vez. Depois, do avanço do comandante Sassânida Khosrau II no inicio do século VII sobre os domínios bizantinos, avançando através da Síria, os generais Sassânidas Shahrbaraz e Shahin atacaram a cidade de Jerusalém (persa: dej Houdkh), então controlada pelos bizantinos.Na Destruição de Jerusalém em 614, após passarem 21 dias cercando a cidade, Jerusalém foi capturada dos persas e isso resultou na anexação territorial de Jerusalém. Depois que o exército Sassânida entrou em Jerusalém, a sagrada "Vera Cruz" foi roubada e enviada de volta para a capital sassânida como uma relíquia sagrada da guerra. A cidade conquistada e a Santa Cruz, permaneceriam nas mãos dos Sassânidas por mais quinze anos, até o Imperador Bizantino Heráclio recuperá-la em 629.
Estado Islâmico
Cúpula da Rocha visto através do Portão do Algodão.

Cruzadas, Saladino e os Mamelucos
Ilustração medieval da captura de Jerusalém durante a Primeira Cruzada, 1099

Domínio Otomano
Em 1517, Jerusalém e região caiu sob domínio Turco Otomano, que permaneceu no controle até 1917.Como em grande parte do domínio Otomano, Jerusalém permaneceu um provincial e importante centro religioso, e não participava da principal rota comercial entre Damasco e Cairo. No entanto, os turcos muçulmanos trouxeram muitas inovações: sistemas modernos de correio usado por vários consulados, o uso da roda para modos de transporte; diligências e carruagens, o carrinho de mão e a carroça, e a lanterna a óleo, entre os primeiros sinais de modernização da cidade. Em meados do século XIX, os otomanos construída a primeira estrada pavimentada de Jaffa a Jerusalém, e em 1892 a ferrovia havia atingido a cidade.Com a ocupação de Jerusalém por Muhammad Ali do Egito em 1831, missões e consulados estrangeiros começaram a se estabelecer na cidade. Em 1836, Ibrahim Pasha permitiu aos judeus reconstruírem as quatro grandes sinagogas, entre eles a Hurva.
O controle turco foi reinstalado em 1840, mas muitos egípcios muçulmanos permaneceram em Jerusalém. Judeus de Argel e da África do Norte começaram a instalar-se na cidade, em um número cada vez maior. Ao mesmo tempo, os otomanos construíram curtumes e matadouros perto dos lugares sagrados judeus e cristãos "para que um mau cheiro, sempre pesteie os infiéis". Nas décadas de 1840 e 1850, os poderes internacionais iniciaram um "cabo-de-guerra" na Palestina, uma vez que tentaram ampliar sua proteção ao longo do país para as minorias religiosas, uma luta realizada principalmente através de representantes consulares em Jerusalém. De acordo com o cônsul prussiano, a população em 1845 era de 16.410, 7120 judeus, 5.000 muçulmanos, 3390 cristãos, 800 soldados turcos e 100 europeus. O volume de peregrinos cristãos aumentou sob o domínio dos otomanos, dobrando a população da cidade em torno da época da Páscoa.
Na década de 1860, novos bairros começaram a surgir fora dos muros da Cidade Velha para aliviar a intensa superlotação e o pobre saneamento na cidade intramuros. O Composto Russo e Mishkenot Sha'ananim foram fundados em 1860.
Mandato Britânico e a Guerra de 1948
General Edmund Allenby entra no Portão de Jaffa na Cidade velha de Jerusalém em 11 de Dezembro de 1917.

De 1922 a 1948 a população total da cidade passou de 52.000 para 165.000, sendo dois terços de judeus e um terço de árabes (muçulmanos e cristãos). A situação entre árabes e judeus na Palestina não foi calma. Em Jerusalém, em especial nos motins ocorridos em 1920 e em 1929. Sob o domínio britânico, novos subúrbios foram construídos no oeste e na parte norte da cidade e instituições de ensino superior, como a Universidade Hebraica, foram fundadas.
A medida que o Mandato Britânico da Palestina foi terminando, o Plano de Partilha das Nações Unidas de 1947 recomendou "a criação de um regime internacional, em especial na cidade de Jerusalém, constituindo-a como uma corpus separatum no âmbito da administração das Nações Unidas". O regime internacional deveria continuar em vigor por um período de dez anos, e seria realizado um referendo na qual os moradores de Jerusalém iriam votar para decidir o futuro regime da cidade. No entanto, este plano não foi implementado, porque a guerra de 1948 eclodiu enquanto os britânicos retiravam-se da Palestina e Israel declarou sua independência.
A guerra levou ao deslocamento das populações árabe e judaica na cidade. Os 1.500 residentes do Bairro Judeu da Cidade Velha foram expulsos e algumas centenas tomados como prisioneiros quando a Legião Árabe capturou o bairro em 28 de maio. Moradores de vários bairros e aldeias árabes do oeste da Cidade Velha saíram com a chegada da guerra, mas alguns permaneceram e foram expulsos ou mortos, como em Lifta ou Deir Yassin.Divisão e a controversa reunificação
Policiais israelenses encontram um legionário jordaniano perto do Portão de Mandelbaum.

A Jordânia assumiu o controle dos lugares sagrados na Cidade Velha. Oposto aos termos do acordo, foi negado o acesso dos israelitas aos locais sagrados judaicos, muitos dos quais foram profanados, e apenas permitiram o acesso muito limitado aos locais sagrados cristãos. Durante este período, a cúpula da Rocha e a Mesquita de al-Aqsa sofreram grandes renovações.
Mapa mostrando da divisão leste-oeste de Jerusalém.

No entanto, a aquisição de Jerusalém Oriental recebeu duras com críticas internacionais. Na sequência da aprovação da Lei de Jerusalém, que declarou Jerusalém "completa e unida", a capital de Israel, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução que declarava a lei "uma violação do direito internacional" e solicitou que todas as os Estados-membros retirarassem suas embaixadas da cidade.
O status da cidade, e especialmente os seus lugares sagrados, continuam a ser uma questão central no conflito palestino-israelense. Colonos judaicos ocuparam lugares históricos e construíram suas casas em terras confiscadas de palestinos, a fim de expandir a presença judaica na parte oriental de Jerusalém, enquanto líderes islâmicos têm insistido que os judeus não têm qualquer laço histórico com Jerusalém. Os palestinos encaram Jerusalém Oriental como a capital do futuro Estado palestino, e as fronteiras da cidade têm sido assunto de conversas bilaterais.
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